Foi muito simpático.
Passados tantos anos após o meu último jogo como hóquista, voltei a saborear o molde daquela que foi a primeira modalidade desportiva que pratiquei.
Esteban Abalos (Tuco) argentino e Claúdio Filho (Cacau) brasileiro, ambos internacionais dos seus países e actualmente jogadores do Benfica num gesto de amizade apareceram de supresa para me oferecerem um stick e uma camisola.
Foi o recordar dum tempo distante e a sensação de quem desliza nas rodas do tempo.
Há muito poucos anos os meus filhos ofereceram-me um par de patins. Resta agora calçá-los, envergar o equipamento e ... aí vai ele, com muitas hipóteses de se espalhar em todo o terreno.
Muito obrigado amigos Tuco e Cacau!
28 de agosto de 2011
24 de agosto de 2011
Paris - As catacumbas
Paris é um enigma!
Quem julga conhecer esta cidade não saberá certamente o que escondem os seus ricos subterrâneos e também uma ligação mais profunda e mais estranha do que a existente maioria das cidades.
Neles se escondem milhares de quilómetros de túneis, de metro, esgotos, canais, reservatórios, criptas e cofres de bancos, adegas transformadas em clubes nocturnos e galerias. Mas os espaços mais surpreendentes são as carriéres, as pedreiras de calcário exploradas para extracção de pedra até ao século XIX.
De festas privadas a antros de criminalidade, ali tudo acontece.
Os catáfilos – nome pelo qual são conhecidos os indivíduos que amam a Paris subterrânea, são uma comunidade clandestina, sem códigos nem líderes e cujos membros chegam a passar vários dias e noites seguidos nas profundezas da cidade.
A maioria dos parisienses mal sabe do tamanho deste mundo, mesmo quando deslizam sobre os ossos dos seus antepassados durante as viagens de metroplitano.
Nas suas catacumbas, repletas de crânios e fémures, empilhados como lenha, crepitam os sons e risos desconfortáveis de turistas, por vezes obrigados a horas de espera para entrar.
Seis milhões de esqueletos parisienses, exumados dos cemitérios superlotados nos séculos XVIII e XIX, foram literalmente atirados para dentro dos túneis das velhas pedreiras.
Já Victor Hugo, em os Miseráveis, a eles se referia chamando-lhe “ a consciência da cidade”.
No entanto, apenas dois quilómetros dessa extensão (as catacumbas) se encontram abertas ao público.
Das pedreiras existentes foi retirada a pedra para a construção do Louvre e da Notre Dame e não raras são as vezes que a terra engole um prédio, talvez construído com parte das entranhas retiradas da terra.
Paris - é um enigma que adoro decifrar!
À bientôt!
Compilação feita a partir da National Geographic
Neles se escondem milhares de quilómetros de túneis, de metro, esgotos, canais, reservatórios, criptas e cofres de bancos, adegas transformadas em clubes nocturnos e galerias. Mas os espaços mais surpreendentes são as carriéres, as pedreiras de calcário exploradas para extracção de pedra até ao século XIX.
De festas privadas a antros de criminalidade, ali tudo acontece.
Os catáfilos – nome pelo qual são conhecidos os indivíduos que amam a Paris subterrânea, são uma comunidade clandestina, sem códigos nem líderes e cujos membros chegam a passar vários dias e noites seguidos nas profundezas da cidade.
A maioria dos parisienses mal sabe do tamanho deste mundo, mesmo quando deslizam sobre os ossos dos seus antepassados durante as viagens de metroplitano.
Nas suas catacumbas, repletas de crânios e fémures, empilhados como lenha, crepitam os sons e risos desconfortáveis de turistas, por vezes obrigados a horas de espera para entrar.
Seis milhões de esqueletos parisienses, exumados dos cemitérios superlotados nos séculos XVIII e XIX, foram literalmente atirados para dentro dos túneis das velhas pedreiras.
Já Victor Hugo, em os Miseráveis, a eles se referia chamando-lhe “ a consciência da cidade”.
No entanto, apenas dois quilómetros dessa extensão (as catacumbas) se encontram abertas ao público.
Das pedreiras existentes foi retirada a pedra para a construção do Louvre e da Notre Dame e não raras são as vezes que a terra engole um prédio, talvez construído com parte das entranhas retiradas da terra.
Paris - é um enigma que adoro decifrar!
À bientôt!
Compilação feita a partir da National Geographic
19 de agosto de 2011
Edital eficaz
À porta duma taberna moderna descobri este pequeno e-mail, dirigido a todos os internautas do tinto.
Claro que não se pode ter tudo - um copo de três e os cêntimos para o pagar.
Talvez seja esta uma das formas de eu recuperar a pequena montanha de cheques carecas que abundam cá para os meus lados.
Em Roma, sê romano!
O VENHÃO é que pode não ser entendido por todos os devedores!
11 de agosto de 2011
Sou uma tragédia!
Do blog do meu filho Bruno, www.b-solonely.blogspot.com não resisti a transcrever o prosaico desarrincanço, que às vezes chega a todos.
O meu filho não é uma tragédia - é um espanto!
Quero morrer aqui. Numa noite de tempestade. De sete-ponto-três na escala de Richter, de preferência. Sem essa coisa dos filhos e dos netos em redor. Que mania vil e sem gosto. Enfiado num pijama de seda (que por enquanto me recuso usar), acabado de chegar da caravana de Veneza. É, os velhos têm mais frio.
…
…
Quero morrer aqui. Qual anacoreta dos luxos. Cenobita de fachada. Falso indouto. Vá, apressem-se a cunhar-me a lápide. E já agora que lá vêm tragam-me cartas d’Armenia para eu queimar que me apraz muito o aroma e abafa o cheiro a branco. É, os brancos cheiram a mortos.
….
Quero morrer aqui ao som do cravo razoavelmente temperado (pelo qual ando ultimamente apaixonado). De barba aparada e bigode proeminente, garrafa numa mão e charuto na outra, protegido por Teutates e Taranis de Lucano e a rir-me para Lug:
- Ah, ah, ah… para ti
Sou uma tragédia
...
….
Quero morrer aqui ao som do cravo razoavelmente temperado (pelo qual ando ultimamente apaixonado). De barba aparada e bigode proeminente, garrafa numa mão e charuto na outra, protegido por Teutates e Taranis de Lucano e a rir-me para Lug:
- Ah, ah, ah… para ti
Sou uma tragédia
...
Quero morrer aqui. Com a voz da diva grega a cantar-me Puccini ao ouvido
(eu para ela em surdina, entre dois goles com a voz arrastada e já sem fôlego a sussurrar-lhe aquilo que sempre lhe quis dizer); isso, aproximem-se:
- O teu namorado…
- Sim
- O Grego…
- Diz
- … era um parvo do caralho
(é. Os brutos não sabem falar)
E ouvir o bater do coração. O correr em direcção à porta, o fechar com estrondo e os soluços:
- Não vás para aí
(Aplausos)
Sim, vá, digam lá:
- És uma tragédia
- Eu sei
….
Quero morrer aqui. Ao som das suites para violoncelo de Bach. À meia-luz. Ao sabor de um vintage Trinidad. De fato e gravata. De sapatos por medida calçados. De echarpe e sobretudo de caxemira, de luvas e chapéu. Pronto para a noite de estreia. Pronto para o primeiro dia:
«O mio bambino caro…»
- Voltaste
….
Quero morrer aqui. Cabeça, tronco e membros. Morte completa. Olhos, ouvidos e boca voltados para o Böcklin aos pés da cama. Aquele da ilha dos mortos. O melhor que já vi. Vá, digam lá:
- És uma tragédia
- Eu sei
….
Quero morrer aqui. Cama de pé alto. Dossel acetinado. Em silêncio. Com o Auto da Barca do inferno à cabeceira. O tolo que me queria tornar, que esse não vai para onde eu vou:
“Welcome to hell, we buy, we sell”
- O senhor, por aqui
….
(eu para ela em surdina, entre dois goles com a voz arrastada e já sem fôlego a sussurrar-lhe aquilo que sempre lhe quis dizer); isso, aproximem-se:
- O teu namorado…
- Sim
- O Grego…
- Diz
- … era um parvo do caralho
(é. Os brutos não sabem falar)
E ouvir o bater do coração. O correr em direcção à porta, o fechar com estrondo e os soluços:
- Não vás para aí
(Aplausos)
Sim, vá, digam lá:
- És uma tragédia
- Eu sei
….
Quero morrer aqui. Ao som das suites para violoncelo de Bach. À meia-luz. Ao sabor de um vintage Trinidad. De fato e gravata. De sapatos por medida calçados. De echarpe e sobretudo de caxemira, de luvas e chapéu. Pronto para a noite de estreia. Pronto para o primeiro dia:
«O mio bambino caro…»
- Voltaste
….
Quero morrer aqui. Cabeça, tronco e membros. Morte completa. Olhos, ouvidos e boca voltados para o Böcklin aos pés da cama. Aquele da ilha dos mortos. O melhor que já vi. Vá, digam lá:
- És uma tragédia
- Eu sei
….
Quero morrer aqui. Cama de pé alto. Dossel acetinado. Em silêncio. Com o Auto da Barca do inferno à cabeceira. O tolo que me queria tornar, que esse não vai para onde eu vou:
“Welcome to hell, we buy, we sell”
- O senhor, por aqui
….
Quero morrer aqui. Nuzinho, ao léu. Pau-feito de caçador. Em riste. Piamente, de preferência. Sem crucifixo à cabeceira. Sem Santos nem ladainhas de altar. Sem rezas nem promessas. Sem píxide. Sem flores. Vá, digam lá:
- És uma tragédia
- É verdade
- És uma tragédia
- É verdade
….
Quero morrer aqui. De máscara nos genitais. Traços faciais distorcidos. Abstracto. Com Valium e Zoldipem. Qualquer ser pelo qual se tenha uma ideia abstracta só poderá existir de forma abstracta. Ha,ha…, tem graça:
- O quê
- És uma tragédia
- Pois sou
….
Quero morrer aqui, para que fique registado. Sem choro, sem lágrimas. Não é difícil de imaginar. Concentrem-se vós que cá ficais, para que nada passe em vão. E muita atenção à luz, muita atenção à cor, que nada mais vale na orgia dos sentidos que aquele da visão.
E para os outros, para aqueles que me quiserem seguir: evitem abrir a porta à minha direita, pois uma vez aberta:
«Lasciate ogni speranza, voi che entrate» *
E para os outros, para aqueles que me quiserem seguir: evitem abrir a porta à minha direita, pois uma vez aberta:
«Lasciate ogni speranza, voi che entrate» *
- Eu sei. Sim, sou uma tragédia
*Perdei toda a esperança, vós que entrais
do Pórtico do Inferno
in: A Divina Comédia; Dante Alighieri
*Perdei toda a esperança, vós que entrais
do Pórtico do Inferno
in: A Divina Comédia; Dante Alighieri
8 de agosto de 2011
Raul Solnado - dois anos depois!
Com o meu pai, a caminho de mais uma sardinhada!
Que mania eu tenho de tirar fotos em todo o lado. Mas depois sabe-me bem.
Raul
Sei que não gostavas de comemorar aniversários. E este, muito menos!
Mas o que conta para os que por cá se vão mantendo é a grata recordação que as fotos nos vão lembrando e a ternura que punhas em cada palavra, nas abordagens constantes da populaça, aquela onde eu pertenço.
Apesar de tudo, meu querido amigo, lá onde estiveres, faz o favor de seres feliz!
Mas o que conta para os que por cá se vão mantendo é a grata recordação que as fotos nos vão lembrando e a ternura que punhas em cada palavra, nas abordagens constantes da populaça, aquela onde eu pertenço.
Apesar de tudo, meu querido amigo, lá onde estiveres, faz o favor de seres feliz!
Ainda te lembras do que dizias às "piquenas"?
- Vê lá se vens bonita!
Passaram dois anos! Que saudade!
5 de agosto de 2011
Mentirinha!
Um tipo foi à Casa da Sorte e dirigiu-se à empregada dizendo que queria jogar na lotaria.
- Olhe, não tenho a menor ideia sobre quais números escolher para comprar uma cautela. Pode ajudar-me?
- Claro, respondeu ela, vamos lá.
Durante quantos anos frequentou a escola?
- 8
- Perfeito, temos um 8.
- Quantos filhos tem?
- 3
- Óptimo, já temos um 8 e um 3.
Quantos livros você já leu até hoje?
- 9
- Certo, temos um 8, um 3 e um 9.
- Quantas vezes por semana faz amor com a sua mulher?
- Caramba, isso é uma coisa muito íntima - diz ele.
- Mas você não quer ganhar na lotaria?
- Está bem, 2 vezes.
- Só??? Bom, deixe lá.
- Agora que já temos confiança um com o outro, diga-me.
Quantas vezes já fez sexo com outro homem?
- Qual é, minha? - diz o homem, zangado
- Sou muito macho!!!
- Não fique chateado. Vamos considerar então zero vezes.
- Com isso já temos todos os números: 83920.
- O tipo comprou o bilhete que correspondia ao número escolhido.
- Olhe, não tenho a menor ideia sobre quais números escolher para comprar uma cautela. Pode ajudar-me?
- Claro, respondeu ela, vamos lá.
Durante quantos anos frequentou a escola?
- 8
- Perfeito, temos um 8.
- Quantos filhos tem?
- 3
- Óptimo, já temos um 8 e um 3.
Quantos livros você já leu até hoje?
- 9
- Certo, temos um 8, um 3 e um 9.
- Quantas vezes por semana faz amor com a sua mulher?
- Caramba, isso é uma coisa muito íntima - diz ele.
- Mas você não quer ganhar na lotaria?
- Está bem, 2 vezes.
- Só??? Bom, deixe lá.
- Agora que já temos confiança um com o outro, diga-me.
Quantas vezes já fez sexo com outro homem?
- Qual é, minha? - diz o homem, zangado
- Sou muito macho!!!
- Não fique chateado. Vamos considerar então zero vezes.
- Com isso já temos todos os números: 83920.
- O tipo comprou o bilhete que correspondia ao número escolhido.
No dia seguinte foi conferir o resultado:
- O bilhete premiado foi o 83921.
- F... da P...! Por causa de uma MENTIRINHA de MERDA não fiquei milionário!!!
- O bilhete premiado foi o 83921.
- F... da P...! Por causa de uma MENTIRINHA de MERDA não fiquei milionário!!!
(Vale mais ser honesto, né?)
1 de agosto de 2011
Feira Popular - a quanto obrigas!
Como é que um homem não há-de ser saudosista?
Anda um gajo sempre à procura duma tasca humilde, porque as há que o não são, ou dum petisqueiro recanto e eis que um punhado de interesses económicos desfaz o sonho dum pobre de Cristo.
A gente sabe que o local, em Lisboa, onde ficava a Feira Popular era por demais nobre para as pequenas alegrias do Zé Povinho. Mas também sabe que os pobres também têm direito a viver as suas pequenas alegrias enquanto não chega o papão da abastança.
Nunca consegui perceber a razão pela qual, quase à pressa, se acabou com a Feira, para depois aquele ninho de ratos em que se tornou, ali estar anos sem fim, à espera que cheguem os guindastes do capital e do progresso.
Que culpa tenho de do alto da roda gigante sentir o cheiro sacrossanto das sardinhas e da frangalhada, já que a um eu não resisto e aos pitos já não vejo? Até a teta da vaquinha consolava, com parcos escudos, quem dela quisesse mamar.
Apesar de me saber bem o tempo das candeias, as pistas dos carrinhos de choque, o jogo das setas, o café dos pretos, apetece-me rodopiar no poço da morte deste meu descontentamento. Do comboio fantasma que assustava os incautos, da casa dos espelhos, onde a vaidade se perdia e da casa do terror já nem falo, porque para terror já basta este de não os ter ainda.
- Vai um tirinho freguês?
E o jogo da catrefada de panelas? E a montanha russa, onde os gigantes estavam mais perto do céu?
É o carrossel da bicharada, quem não tem cabeça não paga nada!
Ora porra! Não podiam esperar mais um pouco e deixar-me polvilhar meia dúzia de farturas, tantas as vezes quantos os anos que já passaram sem tal gostinho?
É que a Feira Popular era como o vinho verde.
Onde efectivamente as coisas me sabem bem, é em su sítio. Uma sardinha comida na feira, não é o mesmo que uma sardinha comida no restaurante, assim como uma vinhaça verdinha, não tem o mesmo sabor, no copo, daquele que é bebida na malga, lá nas entranhas minhotas.
Já me esquecia dessa coisa chamada ASAE que além de zelar pela nossa saúde também nos leva o que nos sabe pela vida. Tonteiras de anacrónicos pensamentos, digo eu!
Eu, que "premonizei" me ver de gajato a fazer tanta coisa que gosto, vislumbro também o perder do olfacto inebriante dessa rainha de escamas, pois até os mares andam de mal comigo, dando-me espinhas sem sabor.
E de que me serve perorar aos ventos se o vento nada me diz?
Resta-me aqui ficar, pobrete, alegre e alegrete!
Às vezes - progresso, a quanto obrigas!
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