29 de abril de 2011

Granizo no meu reino!



... e à minha porta foi assim!!!


E isto não foi nada, comparado com o que se passou aqui à volta.




Por cá como por todo o mundo, o planeta está a queixar-se das maldades que o homem lhe faz.











27 de abril de 2011

Parabéns pai!

Não pai, tu não completas hoje noventa anos. Apenas atingiste um estado mais adiantado da vida. A que nem sei se viveste. A que te passou ao lado como se mais nada houvera. A que te fez temer o futuro que é hoje o teu presente. A que foi tua afinal.


Fico a pensar no resto dos mimos que te diria, se não tivesses hoje olhos de quem não existe. E escolho recordar-te na fogosidade da vida, já que na outra te não quero ver. Sim, que pai meu não é homem de pantominices e o filho não lhe segue as pisadas.


Como eu gostaria de ter sido um pai como tu! Tão presente! Tão amigo! Tão quase sem defeitos!


Pai, perfeito escopo da decência, obrigado por teres feito de mim um homem feliz!


1921 - já foi há muito!

25 de abril de 2011

25 de Abril - o meu!

Há muitos, muitos anos, Abril nasceu!
Quis o destino que eu estivesse fadado para participar da loucura que foi este Abril, o Maio imediato e todas as esperanças que se seguiram.

A minha aventura da estranja ficara para trás e os cabelos longos deram lugar à imagem que obriga um homem a ser soldado.

Bem distante, lá longe, milhares de jovens como eu, trocavam a vida por uma quimera.

Por cá, na manhã da esperança e depois das incertezas para onde me empurraram, um jipe, dois soldados e três jornas de multidões, remeteram-me para os anais dos heróis acidentais onde o click das máquinas fotográficas substituiu o som da metralha, registando para a posteridade a memória curta que os homens costumam ter. E eu que nada fizera para que aquela madrugada acontecesse, ali estava bajulado por um povo que me oferecia cravos vermelhos e rodos de gratidão. Com a camisa do meu pai também eu era um homem.

Seis meses depois e cumpridos quase três anos, quando já muitos confundiam Abril e Liberdade, manda-me o Exército arrumar a farda e despertar para a realidade que estava a chegar.

Seguiram-se a glória de mandar e a vã cobiça, contrárias ao sonho que acordou Abril e a negra noite adormeceu.

Depois de Abril, também injustiças mil, tão longe das justiças que Abril abriu!

Que perto estive da felicidade!

21 de abril de 2011

AMOR

Do blogue do meu filho Bruno www.b-solonely.blogspot.com transcrevo o seu último post.


Sem interrogações! Sem rigor! Escrito apenas com o coração! Talvez um Requiem ao seu avô, meu pai, já quase ausente, no resto dos dias da sua vida.



Entrou de mansinho. Alguém perguntou:

- Por onde andaste

Sei lá, por aí, respondeu mudo. Percorreu o corredor escuro até ao fundo arrastando os pés. O cheiro dos Jarros era intenso. Sujo e empoeirado chegou-se à cama e descalçou as botas que foi poisar junto à janela. Abriu uma fresta e abeirou-se para logo sentir o ar encher-lhe os pulmões. Respirou fundo.

- Feche a janela e venha deitar-se

Ouviu e calou. Anuiu, voltou. Os fazedores-de-camas ditavam as ordens por ali. Sentou-se, desta vez na cadeira. Cruzou a perna e descalçou a meia. Descruzou e cruzou a outra para fazer o mesmo. Lembrava-se pouco do último dia. Doíam-lhe os pés mas não se queixou. Doíam-lhe as costas e os braços e as pernas e as mãos e a alma. Doíam-lhe as unhas e os cabelos e as pestanas e o umbigo. Não estava farto mas estava pronto. E depois. Deitou-se vestido.

- Saia daí, não ouviu o que lhe disse





Os fazedores-de-camas vestidos de branco uivavam na noite invernosa. Lembrava-se da terra. Da neve, do frio, do dia em que foi buscar o pai ao quarto da cama morna que ficava por cima da tasca. Melhor, do dia em que o foi buscar ao prostíbulo.

- Vai lá buscar o teu pai, Joaquim

(contou-me ele um dia ao almoço)

Não tinha ainda nove anos, quando a vereda acabou e a tasca dos contrabandistas se assomou à sua frente, o pecado morava ali. Sabia lá ele o que era o pecado.

- Que estás aqui a fazer Joaquim, víspa-te, já cavaste a horta

Abalou a correr. As lágrimas corriam-lhe rosto abaixo, os joelhos tremiam e os pés nem tocavam o chão enquanto adejava carreiro acima perseguido pela imagem do pai e da mulher nua no leito quente. Seria aquilo o pecado.

(também ao almoço, as lágrimas)

- Já chega avô, um dia contas-me o resto

A cama branca voava pelo quarto, o tecto, as paredes, o chão, a luz. Outra vez se levantou. A cabeça zaruca. Quem é isto. Estranha sensação de cá estar sem estar cá.

- Ó homem, onde vai

Quis falar, pareceu-lhe, mas estavam uns gajos de sentinela à porta do cérebro que não o deixavam passar.

- Ficas aí.

Ordenaram-lhe.

Obedeceu. Mudo ficou. A alcateia dos fazedores-de-camas brancas, de branco vestidos e uns tipos esquisitos que gesticulavam à sua frente e faziam barulho davam vontade de rir. Quem é isto. Riu-se e os tipos à sua frente gostaram e riram-se também. Pareciam parvos e queria ir-se a eles com ganas mas os gajos à porta do cérebro eram mais fortes e ele há muito que perdera a verdura. Nada a fazer. Ficou-se. Deixou-se escorregar cadeira abaixo.

(ainda não tinha dito que voltara a sentar-se na cadeira)

Sentiu algo no seu colo. Um par de olhos com um corpo tenro atrás que nele se aninhava e o fitava com curiosidade. – Quem é isto. Sorriu, pois bem lhe pareceu e poisou a mão na perna tenra do corpo estranho. Os outros entretanto – os que pareciam parvos, mexiam as bocas freneticamente e ajeitavam-lhe o cabelo grisalho e os óculos que teimavam em escorregar nariz abaixo. Um deles entretinha-se a atafulhar-lhe a boca com uma vianda esquisita que trazia numa gamela rançosa.

- Coma meu pai, coma

Dava duas voltas àquilo e engolia com rapidez.

- Deixem-me estar

Murmurou, aproveitando o momento do render da guarda das sentinelas à porta do cérebro – “ Santo-e-senha”.
Tentou levantar-se, em vão.

- Esteja quieto que ainda não está na hora

Uivou um lobo fazedor-de-camas do outro lado do quarto. O que é que os lobos sabiam. O mesmo que os outros. Nada. Ganhavam à jorna e saíam cedo. Isto do tempo tem muito que se lhe diga. Esperou pacientemente que a visita acabasse. Que guardassem as marmitas da lavadura nas alcovas. Se ao menos uma sopita de beldroega.
Foram-se. Os que vieram e os que não.
Estava pronto. Ia finalmente sonhar. Arrastou-se até à cama.

- Onde vai homem

A loba ajeitou-lhe os lençóis.
Ele fechou os olhos e sorriu.

- Em que pensas avô

- Ai, no meu amor


(para o meu avô Joaquim)

18 de abril de 2011

Socialismo - Explicação reacionária (?)


EXPLICAÇÃO ANTIGA *Uma experiência socialista ... em 1931.


Isto está claro como a água e sempre actual ...


Um professor de economia da universidade Texas Tech disse que raramente chumbava um aluno, mas tinha, uma vez, chumbado uma turma inteira. Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".

O professor então disse:

- Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames." Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam "justas". Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores... Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos receberam 12 valores. Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!


Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da média das notas.· Portanto, agindo contra os seus principios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.

· O resultado, a segunda média dos testes foi 10. Ninguém gostou.


Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5. As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, procura de culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações,inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros. Portanto, todos os alunos chumbaram...


Para sua total surpresa. O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi o seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável. O pensamento abaixo foi escrito em 1931.


É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos. O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém. Quando metade da população descobre de que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.


É impossível multiplicar riqueza dividindo-a. Adrian Rogers, 1931

14 de abril de 2011

FMI - Desta água não beberei?

E o inteligente do Marcelo Rebelo de Sousa a dizer, ontem à noite, que Portugal foi governado, nestes dias, pela banca. Esqueceu-se foi de, também, atribuir a estes inocentes, os louros dos atrasos e da estratégia do Sócrates que, pelo vistos, era a deles! Cronologia interessante: Fernando Ulrich (BPI) 29 Outubro - "Entrada do FMI em Portugal representa perda de credibilidade" 26 Janeiro - "Portugal não precisa do FMI" 31 Março - "por que é que Portugal não recorreu há mais tempo ao FMI" Santos Ferreira (MBCP) 12 Janeiro - "Portugal deve evitar o FMI" 2 Fevereiro - "Portugal deve fazer tudo para evitar recorrer ao FMI" 4 Abril - "Ajuda externa é urgente e deve pedir-se já" Ricardo Salgado (BES) 25 Janeiro - "não recomendo o FMI para Portugal" 29 Março - "Portugal pode evitar o FMI" 5 Abril - "é urgente pedir apoio .. já" Sem palavras!

11 de abril de 2011

Retábulo - Adeus mundo cruel!

Não terá sido este o mote que levou o meu filhote Bruno a inspirar-se em querubins para a feitura do seu último quadro, mas terá certamente alguma conotação com a irreverência dos seus trinta e oito anos e a sonegação dum tempo de paz. Sei apenas que lhe chamou RETÁBULO. óleo e acrílico em madeira/tela 3,00 x 1,20 m

8 de abril de 2011

Às vezes - um abraço


Bem vindo filhote!

Às vezes - esqueço as palavras e saboreio um amor ausente.

Às vezes - quero abusar dos abraços que a distância rouba.

Bem vindo Bruno!

6 de abril de 2011

Planeamento estratégico

No confessionário, chega o pequenito (mas nosso velho conhecido) Joãozinho que confessa:
- Senhor Padre, eu pequei. Fui seduzido por uma mulher casada que se diz séria.

- És tu, Joãozinho?

- Sou, Sr. Padre, sou eu.

- E com quem estiveste tu?

- Padre, eu já disse o meu pecado... Ela que confesse o dela.

- Olha, mais cedo ou mais tarde eu vou saber, assim é melhor que me digas agora...! Foi a Isabel da farmácia?

- Os meus lábios estão selados - disse Joãozinho.

- Então, foi a Maria do quiosque?

- Por mim, jamais o saberá...

- Ah! Ou não terá sido a Maria José florista?

- Não direi nunca!!!

- Já sei, só pode ter sido a Manuela da tabacaria!

- Senhor Padre, não insista!!!

- Vamos lá acabar com isto! Foi a Catarina da pastelaria, não foi?

- Senhor Padre, isto não faz sentido. O Padre rói as unhas desesperado e diz-lhe então:

- És um cabeça dura, Joãozinho, mas no fundo do coração admiro a tua reserva. Vai então rezar vinte Pais-Nossos e dez Avé-Marias.... Vai com Deus, meu filho...

Joãozinho sai do confessionário e vai para os bancos da igreja. O seu amigo Manecas desliza para junto dele e sussurra-lhe:

- E então? Conseguiste a Lista?

- Consegui. Já aqui temos o nome das mulheres casadas que "dão baldas"!!

Moral da História:

O PLANEAMENTO ESTRATÉGICO COMEÇA COM A ANÁLISE DO MERCADO.

3 de abril de 2011

Paixão automóvel

Sabe-se que uma das ambições do homem é partir desta para melhor, de preferência nas asas do que mais gozo lhe der. Assim aconteceu, aqui. Uns vivem a 100 à hora e morrem parados, outros vivem parados e morrem a 100 à hora.

É assim, morrer de amor, com os cabelos ao vento!

Do ribombo da viagem para o infinito, até à loucura da eternidade
Vai uma voltinha?