30 de agosto de 2007

Os Simpsons e eu


O tempo passou depressa!

Para já, apenas quero recordar as coisas boas. Um dia falarei das más.
Um país tão grande, tem tamanho igual de coisas más para contar.
Como costumo olhar para o lado risível da vida, aqui deixo um momento de confraternização com os meus amigos Simpsons, que costumam falar de coisas sérias, a brincar.

29 de agosto de 2007

Liberty Bell


Um amante da LIBERDADE, não podia deixar de visitar este ex-libris de Filadélfia.


O Sino da Liberdade (Liberty Bell), localizado na cidade de Filadélfia, no Estado da Pensilvânia, é um sino americano de grande significado histórico.
É um dos mais notáveis símbolos da Revolução Americana e da Guerra da Independência e
tornou-se um ícone internacional da liberdade.
O seu mais famoso toque aconteceu em 8 de Julho de 1776, convocando os cidadãos de Filadélfia para a leitura da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América.

25 de agosto de 2007

Parabéns Xavi


Os jardins de Belém e a casa do Oeste, não chegam para te fazer feliz.
O Benfica rebenta os neurónios a qualquer um.
As futeboladas, não trazem parceiros que joguem a feijões.
O Tio Sam, fica longe.
As estrelas estão tão perto, que se lhe pode tocar com os dedos.
E … quando as estrelas se chamam Sissi e nos fazem felizes, agarramo-las com ambas as mãos.
Parabéns Xavi!
A idade de Cristo é sempre de saudar!
Parabéns – 33 anos a aprender, a ter mais um!

Ah, é verdade, parabéns compadre!

23 de agosto de 2007

O meu sogro - Xavier

Hoje o escriba é o Bruno

O Xavier é o meu sogro!
O Xavier é um gajo do caraças!
Não há muitos genros que tratem por “tu” o sogro mas eu trato porque o Xavier é o meu sogro.
O Xavier é do Benfica e eu também. O Xavier é doente do Benfica e eu não, mas perdoo-lhe porque o Benfica é o Benfica e o Xavier é o meu sogro.
O Benfica era o clube do meu coração e agora já não tanto, não sei bem porquê, mas é o clube do coração do Xavier e por isso eu tenho o Xavier no meu coração, e o Benfica.
O meu coração é vermelho, como o coração do Xavier e tem dois ventrículos.
O Xavier é mais novo do que o genro que sou eu, mas tem a sorte de ser meu sogro não por me ter a mim como genro evidentemente, mas porque tem uma mulher muito bonita, que é a minha sogra.
Eu também sou um sortudo, porque trato a minha sogra pelo nome próprio, que agora não digo, mas um dia posso dizer.
A minha sogra é tão bonita que os rapazes mais novos do que eu se apaixonam por ela, tal como o Xavier.
Eu também sou um sortudo porque sou casado com a filha da mulher do Xavier, que é a minha mulher e é filha da minha sogra que eu trato pelo nome próprio que um dia vou dizer.
Eu podia ficar aqui e escrever trinta páginas sobre o Xavier mas não o faço porque o Xavier é um gajo discreto e não gosta que falem dele, ou melhor, até gosta mas com discrição.
Como eu não sou muito discreto vou parar de falar do Xavier apesar dele ser um gajo do caraças e eu poder ficar aqui e escrever trinta páginas sobre o Xavier.
Por tudo isto que eu disse e tudo aquilo que fiquei por dizer acerca do Xavier eu acho que o Xavier é o maior.
O Xavier é o meu sogro!

21 de agosto de 2007

Nova Yorque - igual a si mesma





Um diferente ângulo da capital do mundo.


Do ar, NY parece uma cidade adormecida.
Logo após me ter retirado do cemitério das Torres Gémeas, novo incêndio deflagrou, no mesmo local, agora na sede dum banco alemão.
A cidade adormecida está afinal a ferro e fogo, em deconfiança permanente e pululando de novas emoções.
Alheios a tudo isto estavam dois amigos, em plena via pública - na Sétima Avenida - ambos sentados no chão a disfrutar os anómalos prazeres da vida. Um, debrruçado sobre o baixo ventre do outro, movimentava a cabeça para baixo e para cima, na sofreguidão dum longo onanismo bocal.
Pensei fotografar o momento, mas tive vergonha de mim.
Bruno deu-me um pequeno toque de cotovelo e trocámos um olhar cúmplice.
Ao meu redor, a vida continuava!

20 de agosto de 2007

World Trade Center











Derramadas que foram as lágrimas, sobre o World Trade Center, eis que um novo renasce das cinzas.
Um grito enorme de silêncio. Apenas as lentes apontadas para o leito do WTC, que começa a acordar.
Esperança no futuro! E nos homens!
Para que a humanidade não esqueça!
Através dum buraco na rede, consegui fotografar o neófito.
Começava a entardecer! Começou a chover!
Pensei que Nova Yorque chorava!

18 de agosto de 2007

Desci ao Inferno






Já me estava a esquecer do bulício das grandes urbes, quando o Bruno decidiu irmos a Newark, fazer as compras dos géneros que nos matam a saudade da cozinha portuguesa.
Assim, óleo Fula, atum Bom Petisco, sardinhas e mais uns miminhos, saltam das prateleiras do Supermecado Seabra, para o dorso do Mustang.
Algumas, logo ali, foram devoradas cá pelo menino, como foi o caso dumas pevides, que quase me fizeram perder a vontade de jantar.
Newark é uma cidade onde quase só havia portugueses. Hoje, aglomeram-se três castas. A nossa, a espanhola e a brasileira.
Já lá tinha estado há muitos anos e enquanto me lembrar, quão feia é, lá não voltarei!
Salvou-se o almoço no Restaurante Sol Mar - carapauzinhos fritos com feijão frade.
Ainda comi Carne de Porco à Alentejana, mas mais valia o não ter feito.
O regresso é que me estragou o dia. Um percurso que se faz em quarenta minutos, foi feito em mais de três horas.
Nem as nove faixas de rodagem, para cada lado, resolviam o problema. Trânsito completamente congestionado.
Chovia torrencialmente e tive saudades lusas.
Que saudades tive do IC 19!

17 de agosto de 2007

Futebol nos Estados Unidos






Deus dá nozes a quem não tem dentes - costumamos nós ironizar, com aquilo que queremos e não temos.
Neste paradisíaco local, tenho à minha frente três campos de futebol. Todos os dias, entre as 8 e as 11 h da noite, se acendem as torres de iluminação, para quem quiser usufruir desta benesse.
Lembro-me logo dos meus amigos, sempre preocupados em arranjar um campo para jogarmos.
Pois bem, aqui estes, estão quase sempre às moscas, no entanto, as luzes são acesas na mesma. A espaços, uns miúdos, treinam com dois "nabos" adultos, nas balizas.
Alguns quilómetros de jardim, piscina, e campos de ténis, completam o cenário que se estende à minha frente.
E como não há bela sem senão, fico a pensar:
- Para que me serve isto tudo, se o não posso partilhar com os meus amigos?
Oh pessoal, vai uma jogatana?

15 de agosto de 2007

O Queijo


O queijo é uma das minhas perdições.


Sabendo disso o Zé Romano, durante as suas férias, encarregou-se de pensar em mim e ofertou-me este exemplar - um queijo de Serpa
Em Castelo Branco, nas Zebras, a mãe da Adelaide fez o mesmo. Perante factos tão evidentes, não resisti a trazê-los para o Bruno e para a Ana.
Agora é só degustá-los, na calmaria deste paraíso onde moram.
Obrigado Zé! Obrigado Fátima!
Este pestisco, aqui, tem ainda mais sabor.
Constou-me que metade da população de Nova York, já fugiu com o cheiro destes queijos.
Agora tenho as ruas menos apinhadas para descobrir!

13 de agosto de 2007

A Adelaide casou-se

As miúdas do meu tempo, hoje empresárias de sucesso, espalhadas pelo mundo







Quem casou, não foi a gestora, não foi a vereadora, não foi a mulher!
Quem casou, foi a menina que o campo brotou, os milheirais taparam e a terra suou!
Adelaide, a criança doce a quem nada faltou, foi criada no seio duma grande família e duma família grande, onde reina a unidade e cada um é mais simples que o outro.
Mais de três centenas de amigos, assistiram ao evento.
Tamanha felicidade, conhecer alguém assim!
Felizes os pais, que tais filhos geraram!
E tu Fernando – uva de cepa igual - tens tudo para seres feliz! Aí mesmo, a teu lado!
Das sementes dos bons frutos, boas sementes brotarão!
Minha querida Adelaide – serás sempre a minha outra menina!

10 de agosto de 2007

A boîte


Aquela noite era igual a tantas outras.
A única diferença é que eu estava a rever amigos que não via há muito.
Tinha chegado há poucos dias de Paris. O Xico Luís, hoje XL e o Júlio César, hoje JC, desafiaram-me a beber um copo numa boîte meio-rasca, perto de nossas casas e acessível ao nosso bolso.
As mulheres não eram bonitas nem feias. Eram aquilo que os nossos olhos queriam ver. Os meus, vinham cheios de mulheres charmosas e elegantemente vestidas. Não que fossem mais lindas que as portuguesas, apenas mais aprontadas e produzidas.
Já não sei porque carga de água, O XL lembrou-se de me apresentar a elas, como sendo um amigo francês, a passar uns dias em Portugal.
XL, apresentou-me mais ou menos assim: - Voici mon ami Alain, jdfuin fyilin viendu Paris France dyuitet jureu oui oui linsuer huteriy, trés bien.
Claro que, nem ele sabia o que estava a dizer, nem elas percebiam o que ele dizia. Eu, ia ouvindo os comentários, sujeitando-me ao que dali saísse. Entrei no jogo, e lá fui respondendo em francês, o que o XL se encarregava de fingir que traduzia, para as cortesãs.
Lembro-me que eu levava vestido um elegante fato verde, que ainda tenho, e que me assentava na perfeição, há vinte cinco quilos atrás.
Naquela época, em Portugal, não era muito normal dançar sozinho. E, dançar não era propriamente o meu forte. Apenas o fazia para atingir um fim ou para me sentir integrado no ambiente.
JC e XL, lá iam secando os copos, em animada conversa com as meninas, falando de mim e sem me perderem de vista. Claro que elas não sabiam que eu percebia tudo o que diziam. Apenas fingia que não.
Oui para aqui, oui para acolá, lá me fui abanando e sacudindo, ao ritmo dos êxitos da década, como era habitual no meu ambiente parisiense. Abrandei quando uma desavergonhada cortesã, comenta sobre a minha pessoa:
- É pá, o puto é giro, mas … tem pinta de paneleiro!
A abanar-me daquela maneira, não podia esperar outra coisa!
Desde então, mesmo em dias de calor, não me abanei nunca mais!

9 de agosto de 2007

Lenine


Sempre fui contra ditaduras. De esquerda ou de direita.
Lenine foi um ditador e reduziu drasticamente a população soviética..
Não conseguiu deixar Trotsky no poder e Estaline viria a seguir-lhe as pisadas com mais requinte, dizimando aos milhões o povo soviético.
Foi ontem inaugurado um monumento, na Rússia, alusivo a esta triste efeméride.
Há muitos anos atrás, no meu primeiro encontro com ele, transmiti-lhe a mágoa que deixou no mundo.
Não respondeu! Manteve-se mudo e calado!
Vladimir Illich. Sem perdão!

7 de agosto de 2007

O Conto do Vigário - conclusão

e … foi assim!

Bem, o que aconteceu, foi o seguinte:

No dia anterior, a loira matreira, esteve (por acaso?) a beber uma cerveja, no referido restaurante, misturada no meio da clientela.
O António, tagarela em último grau, desabafava com os clientes habituais que estava farto daquela vida. Não podia mais e queria vender o restaurante.
O melhor tempo da sua vida teria sido aquele em que trabalhou no Hotel Sheraton. Os hóspedes gostavam imenso dele e blá blá blá.
E disse mais!
- Havia lá no hotel, um cliente já velhote – o Sr Smith - imensamente rico, que quando chegava da África do Sul, começava logo a distribuir gorgetas pelo pessoal. Depois, na partida, fazíamos-lhe uma despedida surpresa - um jantar especial com os petiscos que ele mais adorava.
A seguir – continuava o António – o Paco que estava sempre de serviço à garrafeira, arranjava umas pingas à maneira e a festa era até às tantas, com gordas gorgetas a caírem nos nossos bolsos.
O Sr Smith gostava imenso cá do rapaz.! Aquilo é que era vida! – orgulhava-se ele.
Agora, estou farto disto! Tenho de vender o restaurante e como já fui embarcadiço, se calhar, vou voltar ao mar.
A loira, não perdeu pitada da descrição e desabafos do António.
Pagou e retirou-se!

Voltou no dia seguinte, produzida de forma provocante!
Boa tarde!
- Boa tarde, minha senhora! O que deseja?
- Pode ser … um martini!
- Sim senhor, aqui tem!
Enquanto o António lhe despejava o martini no copo, a loira, olhou-lhe os olhos, franziu a testa, e perguntou-lhe:
- O senhor desculpe, mas não se chama António?
- Chamo sim senhor! Porquê? Conhece-me?
- O senhor não trabalhou no Hotel Sheraton?
- Trabalhei sim senhor!
- Não se lembra de mim?
- Hummm! Não! Não me estou a recordar da cara da senhora!
- Pois! Sabe quem eu sou? Eu sou a Mrs Rosário Smith! Lembra-se do meu marido - o Mr Smith, da África do Sul?
- O Sr Smith?
- Sim, aquele a quem vocês faziam uma festa de despedida e recebiam grandes gorgetas!
António ficou aparvalhado a olhar para a mulher.
- Ah, então não me havia de lembrar! Era uma pessoa muito generosa!
- E aquele rapaz simpatiquíssimo que estava nos vinhos? Acho que se chamava Paco, não era?
Pois era! Mas, tem piada, não me lembro da senhora!
- Sabe eu era empregada dele e apesar da diferença de idades, acabámos por casar.
- Ah! Agora já me estou a lembrar da senhora – inventava o António, para ser simpático.
- Que surpresa!!! Então e o que faz a senhora aqui?
- Olhe, como o meu marido morreu, deixei a África do Sul e vendi todos os nossos bens. Agora, ando a fazer uma pesquisa de mercado, a ver onde hei-de aplicar o dinheiro. Talvez, para começar, compre um restaurante.
- Um restaurante? Bateu à porta certa! Vendo-lhe já este!
- Ah não! Nem pensar! Nunca compraria um restaurante, sem antes ter uma pessoa de confiança à frente do negócio! A menos que o Senhor António queira ser meu sócio! Nessas condições, talvez fizéssemos negócio!
- Pois, também é uma hipótese! – admite o António.
- Então e qual o valor que pretende por uma quota de cinquenta por cento?
- Bem, eu … estava a pensar em dez mil contos, por tudo. Mas, se só quer metade, então é metade – cinco mil contos!
- Parece-me um pouco caro, mas. Só o facto de saber que tenho uma pessoa de confiança à cabeça disto, vale o dinheiro. Aperte aí a mão! Sócios? OK, a partir de agora somos sócios!
Amanhã, vou-lhe dar um cheque de sinal e depois combinamos o resto.
OK, sócia! Vejam bem as voltas que a vida dá! Ainda há pouco não a conhecia e já somos sócios!
Desde então, passaram a tratar-se por – sócio.

- Oh sócia, já agora, se quiser fazer uns investimentos aqui em frente, há ali uns andares e lojas à venda. Vai lá, fala com o Sr Joaquim Ribeiro, e diz-lhe que é minha sócia, que de certeza ele lhe fará um bom preço.

Quem veio atrás, é que fechou a porta. Eu! O esperto, que nunca cairia numa balela destas!
Dá Deus rosários a quem já não sabe rezar!

6 de agosto de 2007

O Conto do Vigário - parte 3

- Ah, isso é para trazer uma encomenda para o António!
A confiança estava a aumentar. O senhor, já tinha sido eliminado. Era agora apenas, António. Tinha já sido apenas, sócio.
Como eu não perguntasse mais nada, continuo ela a resposta à minha pergunta.
- É que nós temos em Portugal várias pessoas que nos devem muito dinheiro e entre elas, uma loja de electrodomésticos, pagou-nos em géneros. Agora estamos a vender o material, um pouco ao desbarato. E continuou – no caso do António ele encomendou-me um leitor-gravador de vídeo VHS. Custam, no mercado, à volta de quarenta contos e eu estou a vendê-los a quinze. Tenho muitos e preciso de despachar aquilo para realizar dinheiro. Por este motivo, antes de irmos para o hotel, onde temos outro negócio mais importante para resolver, preciso que passe pela Rua 1º de Dezembro, onde eu guardo o material.
- OK! Tome lá então os quinze contos do homem e mais trinta meus e traga-me também dois vídeos para mim.
- Ah, mas se é para si e fica com dois, faço-lhe um desconto. Tome lá, devolvo-lhe cinco contos. Ficam os dois, por vinte e cinco.
- Tá bem, obrigado pela atenção – agradeci admirado.
Tínhamos entretanto chegado ao Rossio.
- Olhe pode parar ali mesmo – indicando-me a zona dos semáforos. Se conseguir que a polícia não o incomode, pode mesmo esperar aqui. Demoro cinco minutos!
Naquele momento senti um baque. Algo não estava bem!
Esperei o tempo que pude e ainda hoje vou dar umas voltas ao Rossio. Nunca mais a vi.
A Rosário, transformara-se num calvário.
Aquela puta enganou-me! – desabafei para mim.
Entretanto, fui-me convencendo que talvez não fosse bem assim, pois a sócia do António, havia de ter qualquer explicação para dar.
Comecei então a somar, dois mais dois. Para começar, vou passar pelo hotel, para saber se existe lá alguma hóspede com o nome de Rosário, vinda África do Sul. Depois, o António explicar-me–á este imbróglio.
Um dos recepcionistas do Sheraton, era meu amigo. Fui lá e não foi difícil constatar que aquela personagem afinal não existia.
Rimo-nos um pouco com a “estória” e fui pedir contas ao António.
Pelo caminho, mil hipóteses me passaram pela cabeça, mas não encontrava uma que me parecesse plausível.
Uma vez chegado ao “Bacalhau”, entrei a perguntar alto e em bom som.
- Então António, que raio de sócia é a sua que desapareceu?
- Minha sócia? Minha sócia, o caraças! Você sabe lá! Essa mulher apareceu-me aqui e …

5 de agosto de 2007

O Conto do Vigário - parte 2


Peguei no molho de chaves e fui mostrar-lhe as lojas e os andares.
Decidiu-se por uma loja de cinco mil contos e um andar de valor igual.
- Pronto, fico então com estas duas fracções! Quais são as condições de pagamento?
- O sinal, é de trinta por cento. O restante, na escritura – respondi.
- OK! Então agora que já fizemos negócio, vamos ali ao meu restaurante (O Bacalhau) beber um copo para comemorar. Depois, teremos de ir ao meu quarto, no Hotel Sheraton, onde estou hospedada, para aí lhe passar o cheque.
Comecei então a ficar preocupado! Ia passar-me um cheque ou colocar-me em cheque?Já pensava mais, em como havia de me livrar dela, do que no cheque que ia buscar. E dizia para os meus botões:
- Porque é que esta “gaja” não me dá o cheque amanhã e tenho de ir buscá-lo ao hotel? Agora apanha-me lá no quarto e das duas uma – ou alinho – ou não há negócio. Pois bem, seja o que Deus quiser e em último caso, não há mesmo negócio.
A minha cabeça estava totalmente virada para o assédio e para a forma de me livrar dele.
Chegados ao restaurante, o Senhor António, sorri para mim e pergunta:
- Então Senhor Ribeiro, fez negócio com a minha sócia?
Bem, então sempre é verdade que são sócios! - pensei. Há anos que aqui venho e nunca me apercebi de sócio nenhum!
- Pois, parece que sim! - respondi.
- Então, aqui estão umas imperiais para a gente comemorar. Para si, para a minha sócia e para mim.
Tchin tchin – à saúde e aos negócios!
O restaurante, também cervejaria, tinha algumas pessoas ao balcão às quais não passou despercebida esta nossa comemoração.
Vejo então, o Senhor António, tirar da caixa registadora, três notas de cinco mil escudos fazendo menção de entregá-las à sócia.
- Oh Senhor Ribeiro, guarde-me aí esse dinheiro, que eu tenho as mãos molhadas dos tremoços - pediu-me a madame.
Eu não estava a perceber nada daquilo, mas assim fiz e aceitei o dinheiro, guardando-o no bolso.
Esvaziados os copos, partimos então à descoberta do que estava para vir.
- Até já Senhor António! A gente vai lá buscar aquilo e já volta. - diz ela!
- Até já D.Rosário! – responde o Senhor António.
Fiquei assim, a saber o nome das contas daquele rosário.
Já dentro do meu carro, pergunto-lhe:
- Afinal, para que são estes quinze contos?

4 de agosto de 2007

O Conto do Vigário - parte 1

Acabara de sair do escritório. Seriam sete horas da tarde.
Verão 1984.
Já na porta da rua, uma oxigenada senhora loira, hesita em qual campainha tocar.
A minha habitual costela de bom samaritano dá-me sinal que a senhora precisa de ajuda.
- Posso ajudá-la?
- Ah, obrigado! Ando à procura dum senhor chamado Joaquim Ribeiro. Por acaso não o conhece?
- Conheço sim senhor, sou eu!
- Que coincidência! Ainda bem que o encontro! Olhe, eu sou sócia do Senhor António, do Restaurante O Bacalhau. Tenho estado na África do Sul e como preciso de investir uns dinheiros, ele aconselhou-me a falar consigo.
O Bacalhau era de facto o restaurante, a cem metros do escritório, onde eu almoçava quase todos os dias e conhecia bastante bem o António, seu proprietário. No entanto nunca lá tinha visto esta sua sócia, mas se ela dizia que o era, é porque assim era efectivamente.
Medi a mulher de alto a baixo e mil coisas me passaram pela cabeça. Ia tentar também, medir-lhe o seu poder negocial.
- Ok, então é melhor subirmos e falarmos no meu gabinete – disse-lhe, apontando-lhe os degraus que nos levariam ao primeiro andar
Voltei a subir as escadas e a pensar no negócio que acabara de cair, sabia-se lá donde.
Já sentados, frente a frente, começa então a desfiar o seu rosário.
- Pois é, há muitos anos que vivo na África do Sul, mas agora que o meu marido morreu, vendi todos os nossos bens e vou aplicá-los em vários quadrantes. Entretanto em conversa com o meu sócio António, ele disse-me que você tem aqui um empreendimento onde eu poderei investir.
- Assim é, de facto – respondi-lhe.
Mas … qual é a grandeza de valores que pretende investir?
- Bem, para já estava interessada em comprar um andar para viver e uma loja para rendimento!
À medida que falava, ia-me devorando com o olhar.
Comecei então a pensar em dois negócios distintos. O primeiro – vender-lhe os imóveis. O segundo – abstrair-me do assédio sexual que ela acabara de iniciar. Ambos me pareciam fáceis de resolver. Um, porque eu tinha o prédio e ela o dinheiro. O outro porque ela não era, de todo, o género de mulher que me agradasse.

Eu tinha a idade de Cristo!
Ela, uma quarentona avançada com ar de esquina de rua!

2 de agosto de 2007

O Obcecado

Severino, sempre atrás de mim e ... desconfiado!


Talvez estivesse a decorrer o ano de 1967.
A noite era fria e não muito convidativa a sair de casa. Mesmo assim aceitei o desafio do Severino (Seve).
O filme era de suspense. Terence Stamp era o actor principal.. O Obcecado – era o título do filme.
Já não me lembro bem da “estória” mas o filme era de verdadeiro suspense e a cadeira colava-se-nos ao corpo.
O já defunto cinema Lido da Amadora, estava mais ou menos bem recheado de espectadores. Na época, não havia muitas hipóteses de diversão. Ir ver um filme era como ir dar uma volta ao Apolo 70 e regressar com o sentido da diversão cumprida.
Naquela noite, o filme, com cores fortes e escuras, esmagava-nos contra a cadeira. Chovia intensamente. O actor encontrava-se no cemitério, munido duma pá, em busca duma dúvida perdida.
O Seve, nem pestanejava e o ecrã era grande demais para albergar o seu medo.
De repente, lembrei-me que tinha uma coisa para lhe dar e na maior das calmas, tirei do bolso uma folha de papel A4, dobrada em várias partes. Bati-lhe na perna e disse-lhe:
- Tinha aqui isto para ti e já me esquecia. Guarda-a e abre só quando terminar o filme.
Sabendo eu que a curiosidade mata o homem, só me restou esperar e aguardar.
O filme continuava a aterrar-nos e comecei a notar que a impaciência do Seve era enorme para saber o que estava naquela folha. Sorrateiramente foi, aos poucos, desdobrando a folha até que ……. Trrrrááá´… táááá tátá tá tátátátá.
Deu um salto da cadeira, ele e outros tantos que ao menor sinal triplicam o temor.
Eu … ria a bandeiras despregadas. Dentro do papel estava um elástico, várias vezes enrolado sobre si mesmo e agarrado a um clips. Ao desdobrar a folha o elástico desenrolou-se e o clips começou a bater fortemente na folha seca, provocando um barulho suficiente para um enfarte de miocárdio.
Para quem assistia a um filme de terror, convenhamos que não foi um bom momento.
Seve, deu um grito e um salto em simultâneo, e todas as cenas seguintes lhe meteram medo. Ainda hoje tem receio de mim.
Kim, voltara a atacar!

1 de agosto de 2007

She's lovely





A Maria é um espectáculo!
A Maria é um amor!
A Maria é uma menina prá frentex!
Já com costela de modelo, ela provoca a câmara fotográfica, ela insinua-se, ela vende simpatia. E, gentia não é.
Maria, ora dançando nos braços da Cristina, ora colada a uma amiguinha, quase que pede um click. Afinal era festa e eu estava lá.
Citando Paulo de Carvalho, Maria muita, Maria pouca, Maria amor, Maria paz, Maria ... tanto faz.
Maria, she’s lovely!