30 de julho de 2007

As aventuras de Kim Kim - 10 anos



Os meus dez anos revelavam já um elevado sentido de humor.
Brincar, era uma disciplina como todas as outras.
Naquele dia, as notas do teste de Religião Moral, tinham sido um hino à sabedoria, com a totalidade dos alunos a atingir o máximo de aproveitamento, a rondar os vinte valores.
Desconfiado com tanta fartura, fruto do “copianço”, que o velho padre não conseguira detectar, logo ali marcou novo teste, para três dias depois.
Quase todos os alunos descuravam essa matéria - Religião e Moral - pois o rigor das outras disciplinas a isso nos impelia. Era pois, importante, agarrarmo-nos aos livros e saber tudo na ponta da língua, sob pena de, quem não voltasse a ter nota positiva parecida com a anterior, teria chumbo certo.
Eu, assim fiz. Quase não abri nenhum dos outros livros, durante os três dias seguintes. O Francês, o Latim, a Estilística e mais as outras sete disciplinas, que esperassem.
Entretanto, a minha maquiavélica mente brincalhona, arquitectou um plano. O Matos, perito em trabalhos manuais, a meu mando, fabricou um pequeno chapéu de coco, feito em cartolina preta, que teimei em levar debaixo do braço para a aula.
Chegado o momento do novo teste, eu parecia um doutor da Igreja.
Peguei naquilo e em três penadas, debitei a minha sabedoria para o papel, acabando o teste muito antes do tempo regulamentado para o efeito.
Coloquei então o chapéu em cima da secretária (lá, chamávamos-lhe cadeira) e quando o padre olhava na minha direcção, fingindo estar a copiar, levantava ao de leve o chapéu, e logo de seguida fingia que escrevia o que acabara de copiar. Assim fiz, várias vezes.
Pelo canto do olho, ia observando a impaciência do homem, prestes a apanhar em flagrante delito um jovem seminarista.
O velho padre, quando nervoso, gaguejava e distorcia as palavras.
Ninguém se mexe! Quero todos com as mãos em cima da secretária – gritou.
Com ar de justiceiro divino, encaminha-se para o meu lado, nunca olhando para mim e quando passa a meu lado, põe a mão em cima do chapéu, amarrotando o arredondado deste e quase a babar-se, vocifera: - AAAAPANHI-TE!!!
Debaixo do chapéu, nada havia. Olhei-o calmamente e respondi: - ENGANI-TE!!!
Os dias que se seguiram, não foram os melhores da minha vida.

O raio do puto Kim, era danado prá brincadeira!

Festas Populares













As Festas Populares sempre mexeram comigo.
Os bailes, a vacada, as rifas, os copos, os petiscos e a fanfarra, troam-me aos sentidos, empurrando-me para um tempo distante. Até a Marta, dezasseis anos de gente, pegou de caras, a bezerra de astes pontiagudas.
Por todo os cantos, a Tertúlia dos Papa-Minis, amontoava garrafas às dezenas. Não és homem, não és nada.
Eram estes os dias, à excepção das férias escolares e do Natal, que esperava todo o ano.
Este fim de semana, dediquei-o ao Bruno, por saber, ser este um momento que ele gostaria de partilhar e que não esqueceu. Era meia noite, quando o telefone soou. Então, como está a Festa?
A tisna do sol, a procissão, e a banda de Olhalvo, aconselharam um mergulho retemperador e fiz-lhes a vontade. Não um. Muitos.
A Sant’Ana, castigou duro os que suportaram nos ombros, o seu andor, de mais duma centena de quilos.
Fica no ar a promessa de que no próximo ano estaremos juntos a “parvar” mas felizes pelo encanto destas festividades pagãs.
Aqui fica o cheirinho!

26 de julho de 2007

Antes do 11


Vai distante o ano de 1985.
Do lado do mar, às portas da cidade, as gémeas ainda lá estavam.
Do alto do Empire State Building, admirei-lhes a imponência.
Lá em baixo as formigas seguiam em carreiro desordenado.
Não havia bombas, não havia chamas, não havia medo.
Mesmo em frente, a Estátua da Liberdade, saudava os que chegavam, por mares agora sempre navegados.

25 de julho de 2007

Os Tugas


(Nesta fase, o Bruno não sonhava com os tugas, mas sim, com o seu anjo da guarda)

Há algum tempo o meu filho Bruno, roído de saudades, aproveitou a digressão do Benfica na América e foi assistir a um jogo entre o Benfica e o AEK de Atenas, realizado no Giants Stadium em Nova York.
Desiludido com a exibição do nosso Benfica, mandou-me este e-mail.

Foi divertido estar junto do tuga genuíno (emigra).

Faz lembrar a final da Taça de Portugal com garrafão e feijoada à transmontana. até havia um que levou o “satélite dish” para apanhar a final da taça Sporting-Belenenses, que decorreu ao mesmo tempo (enfim um verdadeiro festival de indescritíveis pormenores. quanto ao jogo descrevo-o como lastimável! O Benfica trouxe uma equipa de futebol feminino e as meninas estavam menstruadas. A mais velha que marcou o golo fazia birrinha quando lhe tocavam, ou quando lhe tiravam a Barbie. Enfim uma miséria à qual ninguém deu por isso pois a festa era do tuga e a pátria falou mais alto... e quando o hino soou, soltaram-se as vozes:


-" Iróis du mare nóóóóó re pooovo na São valente, iiiii mortal"....

Bruno – agora tens de te habituar a ver o lado cor-de-rosa do Benfica

24 de julho de 2007

Parabéns - Zé Romano


Mais um ano que passa.

Tás um homem Zé.! Cresceste rápido!
Agora a fase seguinte é – aproveitar o tempo para fazer o que deixaste de fazer durante a vida.
A reforma não é dourada, mas com a ajuda dos “Anjos e Sta Maria” bons dias se adivinham.
Algures, por terras de Além Tejo, junto à raia de Espanha, o meu amigo Zé Romano, já começou a fazer das suas, com uma incursão a terras de Espanha.
Bons ventos te tragam de volta, Zé Romano.
Parabéns amigo!

23 de julho de 2007

O Atomium


A Bélgica atravessou-se no meu caminho, tantas vezes quantas as que eu abandonei Paris.
Aos poucos fui criando paixões, pelos quatro cantos do mundo. Onde quer que fosse havia algo que me marcava. Ou pela imponência das coisas, ou pela descoberta a que os meus olhos se iam habituando.
Sempre que os francos não abundavam, qualquer banco de jardim servia para retemperar forças. Quando a abundância passava por mim, os melhores hotéis mostravam-me o outro lado da vida e lembrava-me que também era gente.
Assim foi, nesta fase da minha vida, em que era normal, acordar em Londres, almoçar em Amsterdão e jantar em Paris. Até parecia um homem rico!
As minhas paixões estavam lá, mas o meu coração queria partir, sem olhar para trás.
Curiosamente, é de lá que hoje, a Cristina, sem dúvida a belga mais portuguesa que já conheci, nos vai lembrando o quão de belo temos em Portugal.
O seu blog (alzira.canalblog.com) atesta-o.
Nesta foto, na minha fase de fato e gravata, o George, meu cicerone de circunstância, levou-me ao monumento erigido por ocasião da exposição mundial de 1958 em Bruxelas - “o Atomium”. O átomo em ferro, ter-me-á aspergido, com a rija têmpera que era preciso absorver.
Ficou um marco da cidade, tornando-se num ex-libris da mesma.
Bruxelas, para ti, a minha vénia!

Don Juan


Nunca fui um lobo do mar. Antes, um cordeiro de terra.
A ondulação, o infinito, a falta de chão, fazem de mim uma frágil casca de noz ao sabor das correntes.
Aqui, num cruzeiro no Mediterrâneo, amparado por duas sereias, tento aguentar-me no balanço.
A todo o vapor! Dos fracos não reza a história.
Don Juan kim, eu? Não, o barco e eu!

20 de julho de 2007

Salvatore Adamo


Todos os jovens tiveram ídolos. Uns perderam-nos, outros, esqueceram-nos.
Eu, entrei na adolescência, apaixonado por ídolos. Cheguei à idade adulta, a sonhar com ídolos. Atravessei a vida, fiel aos ídolos.
Salvatore Adamo, o italo-belga, cantor romântico de voz rouca, foi o meu grande ídolo.
A sua voz, a sua música e as letras das suas canções, transportaram-me para outros mundos, que vim a descobrir, serem os meus.
Jacques Brel, sobre ele, disse um dia:
Salvatore, tu és um terno jardineiro e as flores que provocas, têm a frescura das flores da beira dos caminhos.
Foi uma paixão desmesurada. Sabia e sei de cor, todas as suas canções. Tinha e tenho todo a sua discografia.
Mas … a vida é também feita de traições. E eu viria a traí-lo, apaixonando-me por Jacques Brel.
Adamo, meu velho, meu amigo, encontrar-nos-emos um dia nos campos da Flandres onde cantaremos “sois pas fachês, si je te chante les souvenirs de mes quinze ans, (não te zangues por eu te cantar as recordações dos meus quinze anos).
O Júlio César é culpado de eu não ter conhecido pessoalmente este meu grande ídolo, mas eu já lhe perdoei.

19 de julho de 2007

Sonhar em Hollyood


A meu lado, o meu filho Bruno, primeiro do lado direito da fila da frente, completamente debruçado sobre si, tenta sobreviver à força G.
Nem consegui filmar.
A gravidade duma descida a pique, a 120 kms à hora, provoca o aspecto que as nossas bochechas denunciam.
Ali, fiz o que gosto - recuar no tempo.
Revivi personagens e cenários dos filmes que não esquecemos. O célebre carro do Justiceiro "O Kit", a nave da primeira viagem do homem à lua, o carro e o ambiente do "Regresso ao Futuro". Enfim, tantas coisas que nos fizeram vibrar.
Aconteceu em Hollyood, numa visita aos Estúdios da Universal, de tão grata memória.

18 de julho de 2007

Uma prenda para o fotociclista


Gigi - lembrei-me que és um doido por fotociclar e comprei-te esta prenda.
É um brinquedo utilizado para transportar os turistas e relativamente barato.
Guia-se na posição de deitado e tem ligação à Internet.
Agora, não há desculpas, para as sucessivas baldas.

16 de julho de 2007

Ruínas de Cartago






General Kimkim, nas sete partidas do mundo, algures no Norte de África, deitou-se no passado e deleitou-se na história.

Aquando das guerras púnicas, conferenciou com Aníbal Não Cavaco. O mundo digladiava-se.
Aqui tentou conciliar interesses comuns de romanos e cartagineses, inimigos figadais.
Por aqui entraram, um dia, as legiões romanas, devastando tudo à sua passagem – casas e ruas.
Kimkim, não evitou o pior.
Ajeitou a toga e virou as costas.
Aos nobres! Leais! Invasores!

15 de julho de 2007

Música - essa coisa sublime


Com lágrimas de alegria ou de tristeza, a guitarra geme, o violino arrepia, a música fala.
Música – Uma emoção que todos sentem. Uma linguagem que todos entendem.
Música – a paixão das nossas vidas!

Há imagens que valem mil palavras!

13 de julho de 2007

Chichén Itzá


Chichén Itzá, foi eleita uma das SETE MARAVILHAS DO MUNDO

As opiniões e os votos, valem o que valem.
Esta maravilhosa pirâmide conta-nos histórias de adoração e sacrifício aos Deuses.
Os seus degrau, são de tal forma íngremes, que é costume serem descidos de rabo no chão. O meu filho Bruno, que tem vertigens, assim o fez. Eu, consegui descer relativamente rápido, agarrado a uma corda.
Naquele local, existiu o Campo de Jogos dos Prisioneiros, onde estes jogavam um jogo com bolas de borracha, que chegavam a pesar vinte quilos, comportando cinco jogadores de cada lado. O jogo era jogado apenas com as ancas e consistia em fazer passar a bola por uma argola situada a cinco metros de altura, numa parede lateral. Braços e pernas, não podiam tocar na bola. O jogo acabava, quando uma das equipas deixava parar a bola e perdia, ou então quando esta passava pelo buraco e ganhava.
Não raro era, chegarem ao fim com ossos partidos, o que também não importava muito, pois a quem perdesse, seria cortada a cabeça.
A cidade maia de Chichén Itzá, é muito mais do que a Pirâmide de Kukulkan – é também uma Praça de Mil Colunas, um Poço de Sacrifícios e muitos outros monumentos, já que se tratava dum centro político e económico.
Fica situada no México, no Estado de Iucatã.
O local é totalmente plano, até perder de vista e a vegetação é rasteira.
Rezam as crónicas dos cientistas, que terá sido neste local que caiu o meteoro, com dezassete quilómetros de comprimento, que terá dado origem à extinção dos dinossauros e à consequente alteração de vida na terra.
Chichén Itzá – cidade dizimada pelos conquistadores espanhóis há quinhentos anos - até outro dia!

12 de julho de 2007

A ausência do Gigi


Andava há alguns dias para vos falar da verdadeira razão do Bicho – Gigi, ter desaparecido, mas aqui vai.
Amante profundo de tudo o que é radical, ei-lo no momento em que, estando a fazer parapente, foi apanhado por um avião que ia aterrar no aeroporto de Faro.
Ao que sei, consegui libertar-se a tempo, vindo a cair em cima duma brasileira, amiga da Spuk.
Ambos estão muito quentinhos a curtir aquele encontro que o céu proporcionou.

11 de julho de 2007

Anelya e Ioakim


Anelya Semynova e Ioakim Semyvelho

Há cem anos atrás, vivi assim nesta pequenina aldeia da Bulgária.
Ganhava à jorna. Laborava de sol a sol. Sonhava à noite.
A pastorícia e a tecelagem, eram as minhas fontes de rendimento.
Era feliz e ansiava por um mundo melhor.

Enganei-me!

10 de julho de 2007

O Senhor Jovem Presidente


Marco Paulo Sanches Marques, 21 anos.
O mais jovem autarca português.
No coração da Beira Baixa, na freguesia da Orca, constituída pelas povoações de Martianas, Orca e Zebras, corre sangue ávido de renovação. O sangue novo do Presidente da Junta de Freguesia.
Quando a postura, a sensatez, o dinamismo e a lealdade, tomam conta dum povo, o mundo desperta.
O futuro, é já o presente.
Zebras – uma povoação às riscas, com linhas bem definidas.
Marco Marques – Presidente da Junta de Freguesia da Orca - um exemplo a registar!

9 de julho de 2007

Fome


Arrepiante!!!

Quando o egoísmo é mais forte que o amor!
Quando o mundo gasta em guerra, o que falta em alimento!
Quando a desigualdade é tanta!
Quando só pensamos em nós!

Tenho vergonha da minha espécie!

6 de julho de 2007

As aventuras de Kim Kim


Vinte de Maio de mil novecentos e setenta! Dia do meu décimo nono aniversário!

Marie Claire era uma loira lindíssima. Vivia do que o desenrasca dava. Seu marido Bérnard, bandido, de profissão, estava enclausurado havia algum tempo.
Gyslaine, não menos linda, morena, suiça de Genéve a estudar em Paris, era a sua companhia preferida.

Alain e Martin eram os amigos a quem não era possível dar o golpe, já que nada tinham para ser gamado. Loiro (eu) com loira, moreno (Martin) com morena, ditou o desejo. A espaços alteravam-se os pares, porque a ocasião faz o ladrão e porque era preciso demarcar a emancipação adquirida.
O encontro era habitualmente no Chez Jean Bart.
Naquela noite, Marie Claire, confidenciou-me:
Alain, esta noite, para comemorar os teus 19 anos, vou levar-te ao local mais “in” de Paris. Fica em St Germain, um sítio com ambiente diferente daquele que estás habituado. E vou levar-te no meu novo carro.
- Por mim está tudo bem, leva-me onde quiseres - disse eu.
A “minha” (?) miúda dava muita nas vistas. O seu longo casaco de pele branca
de arminho, cobria-lhe as botas, não menos alvas, rendilhadas de cordões entrelaçados.
Às vezes até tinha medo de sair com ela. Afinal, era a mulher dum diabo e andava com um anjo(inho), salvas as devidas proporções.
O medo duma navalha encostada ao pescoço assaltava-me regularmente.
Estacionada num obscuro canto duma rua cinzenta, a sua viatura era afinal uma velha carrinha Citröen, igual às utilizadas pela Gendarmerie. A dita, estava despida de tudo. Apenas tinha o banco do condutor, o volante e a “manete” das mudanças.
Entrámos os quatro naquele maravilhoso meio de transporte,
talvez furtado, talvez não, e partimos à descoberta duma noite mais.
No espólio de
Marie Claire não havia melhor. Era aquela Citröen, ou nada.
Marie Claire confidencia-me que ir
íamos a um bar regularmente frequentado por artistas do cinema e da canção. Moustaki, Léo Ferré, Serge Lama Johny Halliday, Sylvie Varten, Alain Delon, etc. eram visitantes assíduos. Quis o destino que mais tarde me viesse a tornar amigo dum outro cantor de sucesso, Gerard Lenorman.
Imbuídos de espírito vadio, ei-los que aí vão cheirar o mundo do sucesso.
Dentro da viatura, era hercúleo o esforço para nos segurarmos. Viajávamos em pé e sem nada onde nos pudéssemos agarrar.
Martin e Gyslaine lá iam barafustando com as condições de transporte e a certeza da ilegalidade ambulante, anuindo, no entanto, às refutações que Claire ia vociferando.

Ou querem assim, ou vão a pé! - insistia.
Trinta minutos bastaram para chegarmos ao local.
Nos nossos bolsos o dinheiro não abundava, como de costume. Lá dentro, a média luz não ajudava na descoberta das espécies raras. “Cuba libre” para os quatro, era a bebida alcoólica mais barata que o nosso bolso suportava.
Assim fomos bebericando, fazendo render aquela bebida que teria de dar para toda a noite. De vez em quando o empregado vinha junto de nós perguntar se queríamos algo mais. Olhando para o copo, com se ainda estivesse meio, lá íamos dizendo - por enquanto não é preciso mais nada.
Dançámos que nem possuídos. Expirámos fumo que nem cacilheiros. Bebemos que nem forretas.
Da gente muito famosa, nem cheiro. Apenas a equipa B.
Ou a neblina das luzes opacas nos turvava a visão, ou os artistas haviam rumado a outras paragens.
Era já tarde para nós, cedo para outros, quando nos foi apresentada a conta.
Duzentos e trinta e dois francos, fizeram-nos pestanejar. Esvaziadas as carteiras, juntámos noventa e cinco francos, mais do que suficiente para passar uma belíssima noite noutro qualquer bar. Questionado o empregado sobre o montante exigido, este informou-nos que ali, cobrava-se à hora. Quer bebesse, quer não bebesse.

Martin e Claire, mais batidos na noite, bem tentaram fazer valer a nossa ignorância. De nada valeu.
Claire olhou em redor, fitou uma presa, aconselhou calma e partiu em busca de alimento para os filhotes.
Voltámos a sentar-nos e de longe apenas tentávamos perceber qual o jogo de palavras que esta estaria a utilizar junto dum desconhecido, ainda com idade de ser nosso pai e já com idade de poder ser nosso avô.
Dez minutos depois, chega junto de nós, pega na mala, embrulha-se no falso arminho e desabafa:

pronto malta, podemos ir embora!
Assim fizemos. Olhar para trás, é coisa que não se faz quando o coração não pede.
Os noventa e cinco francos continuaram nos nossos bolsos. Em qualquer outra discoteca, chegariam de sobra para sorver várias bebidas.
Não soube qual a conversa havida. Penso hoje que terá sido um estratagema da Claire para sairmos, com calma e sem pagar.
Disse-nos que aquele desconhecido era seu amigo e que pagaria as nossas bebidas.
Fraca desculpa para quem não queria dar explicações a quem também as não queria receber.
Talvez ela lhe tenha pago no dia seguinte, nua e crua, e despida de arminho.
Nada mais interessava.
Regressámos à casa de Gyslaine, onde esvaziámos os corpos, embriagados de vigor e sequiosos de desejo.

5 de julho de 2007

BULGÁRIA




Adicionar imagem
Agora que é possível escrever com acentos, não quero deixar de dizer algumas pequenas coisas sobre a Bulgária, caso algum dos meus amigos (as) vá visitar esse país.
O meu quartel-general, era uma estância de turismo – Sunny Beach.- com dez quilómetros de praia.
A água do mar é quente (26 graus) e a temperatura do ar é de 30-35 graus.
No Inverno – 15 graus negativos.
O dia é longo.
Duzentos e tantos hotéis, quase todos em cima da praia e outros tantos bares barulhentos.
Funciona apenas, de Abril a Setembro, parecendo durante o resto do tempo, uma cidade fantasma.
O povo é geralmente simpático, com mais acentuação naqueles que vivem do turismo.
Visitar um país, é acima de tudo, falar com o povo e visitar o interior. É isso que gosto de fazer, o que não é possível em oito dias.
Bulgária – um país que entrou parta a Comunidade Europeia em Janeiro de 2007 e onde o ordenado mínimo é de 230 LEVAS (115 €). Terei pena deste povo, quando o LEV se chamar EURO
Aqui recrio, uma panorâmica da praia e outra da aldeia de Nessebar – património mundial – onde as casa são de pedra no rés do chão e de madeira no primeiro andar. Como o terreno é pequeno, as casas são alongadas, por cima.
Brevemente vos mostrarei como eu vivi, numa outra minúscula aldeia búlgara, há cem anos atrás.
Até estou bem conservado!

4 de julho de 2007

HENRIQUE VIANA - adeus


O Henrique era um dos grandes compinchas dos meus amigos Júlio César e Raul Solnado.
Há cerca de duas semanas terminou a rodagem do novo filme, O JULGAMENTO, a estrear em Novembro, onde contracenou, já com dificuldades, com o Júlio.
No dia que me ausentei para a Bulgária, o Júlio veio almoçar comigo e confidenciou-me que o Henrique tinha pouco tempo de vida.

Se o Júlio ainda tivesse o seu blog, publicaria, mais ou menos isto.

Companheiro de muitas jornadas. Cúmplice de loucuras tantas.
Partiste cedo e ainda tínhamos umas coisas para fazer
Acabá-las-emos um dia.
O espectáculo vai continuar e as árvores morrem de pé.
Reserva-nos um lugar na primeira fila.
Quando parte um amigo, ficamos sem palavras.
Adeus Henrique.

3 de julho de 2007

MAR NEGRO - Fim

Tudo acaba um dia!
Estas ferias terminaram. Em Agosto havera mais.
Foi muito agradavel esta estadia, apesar de eu gostar mais de campo. Nao ha nada de especial para contar, apenas algumas fotos que irei mostrar e satisfazer a curiosidade da Carla.
Amanha a noite, ja em Lisboa, espero ir a correr para o meu PC, apesar de ter escavacado um dedo do pe direito. Ando sempre com a cabeca no ar e depois acontecem estas coisas.
Ate amanha pessoal!

2 de julho de 2007

MAR NEGRO - 6

Hoje - jantar numa aldeia recondita das Balcas.
Folklore e um lauto jantar deliciaram-me. As minhas vestes de bulgaro dao-me a paz de espirito das montanhas. Gostei.

1 de julho de 2007

MAR NEGRO - 5

Parece impossivel que em alguns quilometros de praia, haja tanta mulher.
Decididamente isto e muito bom para o pessoal minorca.
Meninas novinhas por todos os lados. Na praia a diversao vai desde tirar fotografias com jiboias, a fazer parapente nautico. A agua convida a perder a nocao do tempo.
A minha guia Ioanna Seminova um beijinho do Joaquim Semivelho.